Quadrinhos são uma fonte praticamente inesgotável de conteúdo para desenvolvedores de video games. As franquias mais famosas, notavelmente das grandes editoras Marvel e DC, fazem parte do imaginário popular de grande parcela da população ocidental. Quem é que nunca ouviu falar de Batman, Super-Homem ou Homem-Aranha?
Quando se trata de fazer jus à fama destes personagens, no entanto, a situação se complica. Jogos baseados em super-heróis possuem tamanha expectativa em torno de seus lançamentos que muitas vezes acabam por não estar à altura. Seja por restrições de história ou de tecnologia, o mundo dos video games até hoje aguarda por um título bombástico neste gênero.
Batman: Arkham Asylum, recebendo grande atenção, é uma das mais recentes tentativas nesse sentido. Colocando o homem-morcego diretamente no centro do local onde se encontram os seus piores inimigos, o jogo promete alavancar o nome do herói no meio do entretenimento interativo.
Um apanhado geral do cavaleiro das trevas
A história não se baseia em nenhuma série específica, mas deve utilizar elementos de toda a história de Batman. O roteiro está sendo escrito por Paul Dini, responsável por diversas histórias do morcego, inclusive desenhos animados. A premissa básica é de que os internos do hospício tomaram conta do lugar, e cabe a ninguém menos do que o cavaleiro das trevas a missão de recolocar o lugar em ordem.
No entanto como todo bom jogo – e motim – que se preze, existe alguém por trás de tudo. Como não podia deixar de ser, este alguém é ninguém menos que o Coringa, que está orquestrando a armadilha preparada para o herói. É claro que ele não está sozinho, tendo em vista o local em que se encontra. Pingüim, Hera Venenosa, Espantalho e o Charada são alguns dos nomes mais cotados para participar do embate.
Aí é que se encontra o principal atrativo do jogo. Tendo como ambiente o lugar de Gotham City com mais super-criminosos por metro quadrado, pelo menos a ação está garantida, além da presença de diversos nomes bem conhecidos pelos que acompanham as aventuras de Bruce Wayne. Promessas, promessas...
O game promete uma jogabilidade que abrange os diversos aspectos que compõem o modo de agir do homem-morcego. Tanto o subterfúgio quanto a distração, além das habilidades de combate características do protagonista – sem contar suas habilidades investigativas – serão elementos importantes do título.
Alguns rumores colocam a possibilidade da existência de algum tipo de progressão de personagem, com algum sistema de melhoria de habilidades, mas ainda não há confirmação a esse respeito.
Contando com uma série de quebra-cabreças que desenvolvem o lado detetive de Batman, a esperança é de uma experiência imersiva no mundo e no modo de pensar do herói, que por diversas vezes nos quadrinhos já questionou seu papel e a posssibilidade de não ser tão diferente das pessoas que encarcera em Arkham.
O que se sabe de concreto
Alguns detalhes mais específicos já podem ser obtidos através de capturas de imagem, como a existência de um raio-X que permite checar outros cômodos ou verificar a existência de armas em adversários. Além deste dispositivo, clássicos como o bumerangue em forma de morcego também se farão presentes.
Também se sabe que o modo de jogo será limitado ao sanatório, não seguindo a linha recente de jogos abertos onde existe a possibilidade de se andar livremente através de um cenário enorme, ao estilo de Spider-Man 3. Isto não significa também que existirão apenas corredores e quartos, visto que esta não é uma instalação tradicional.
O combate, pelas informações divulgadas até agora, é simples e direto, com alguns poucos comandos que refletem os principais movimentos do personagem. A simplicidade se deve ao fato de que o jogo não será centrado exclusivamente na pancadaria, possuindo elementos estratégicos até mesmo nos encontros principais.
A esperança dos fãs depositada na adaptação dos quadrinhos
Apesar de tudo, o ceticismo ainda toma conta daqueles que aguardam pelo título. Ao menos temos mais informações e expectativas do que a respeito do título da EA – baseado nos filmes – que aparentemente está em maus lençóis, a julgar pela relativa falta de novidades.
Resta torcer para que a Rocksteady consiga revelar um jogo interessante, digno de portar o nome Batman, que ressuscite a crença no público de que um bom video game de super heróis é possível.
Estou com esperança que esse jogo seja bom, porque os desenvolvedores não fizeram as pressas para sair junto com o filme, mas também se não prestar é porque jogos baseados em filmes e heróis de quadrinhos não combinam com games mesmo.
Ritter
Assunto: Re: [TÓPICO OFICIAL] Batman: Arkham Asylum 06/04/09, 08:51 am
Flávio escreveu:
Estou com esperança que esse jogo seja bom, porque os desenvolvedores não fizeram as pressas para sair junto com o filme, mas também se não prestar é porque jogos baseados em filmes e heróis de quadrinhos não combinam com games mesmo.
Concordo contigo! Acredito que esse valha a pena ... os trailers sao excelente. Num deles foi dito algo que me chamou atencao ... os inimigos nunca agem da mesma forma, isto é, ao morrer se voce tiver que passar pelo mesmo ponto novamente, a estrategia usada pelos inimigos após escutar o Batman sempre será diferente, terao reações aleatorias, com isso o jogo vai poder ser jogado diversas vezes!!!
Flávio
Assunto: Re: [TÓPICO OFICIAL] Batman: Arkham Asylum 06/04/09, 11:28 am
Se for assim mesmo, esse jogo tem tudo pra ser ótimo.
Zuca
Assunto: Re: [TÓPICO OFICIAL] Batman: Arkham Asylum 23/04/09, 11:50 am
Rapah apesar de gráficos parecerem maravilhosos... jogos de heróis costumam ser fracos... espero que eu me engane dessa vez... minhas maiores esperanças de jogos bons a serem lançados por agora caem em final fantasy, prototype e infamous... vamos manter as boas expectativas e ver o que acontece... o jogo parece estar previsto pra junho... quem comprar primeiro posta as impressões aqui ok!!!
jogos de super herois eu sempre fico com um pé atras;;; so vendo o jogo completo pois nem no demo confio
vincin
Assunto: Novo Batman empolga e surpreende 25/05/09, 04:34 pm
Quando anunciado em agosto do ano passado, o game de ação "Batman: Arkham Asylum" foi recebido com um misto de expectativa e apreensão. O filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" havia estreado há pouco tempo nos cinemas e não teve game acompanhando o lançamento, sinal de que talvez não houvesse demanda por um novo jogo do Homem-Morcego.
Da mesma forma, as produtoras envolvidas não inspiravam muita confiança, como a Eidos, que então não apresentava boa saúde financeira, e o estúdio novato Rocksteady com poucos registros notáveis no currículo - sendo o principal trabalho da equipe britânica o mediano "Urban Chaos: Riot Response".Pelo lado positivo, o título possui grandes nomes envolvidos no projeto. O roteiro é assinado por Paul Dini, roteirista renomado por diversos gibis e desenhos animados da DC, notavelmente o seriado conhecido aqui no Brasil como "Batman: A Série Animada". Por sinal, os dubladores originais do desenho repetem o trabalho aqui, com destaque para Kevin Conroy, conferindo voz imponente a Batman, e Mark Hamill, ator eternizado pelo papel de Luke Skywalker no cinema que aqui faz impecável atuação do vilão Coringa.
A convite da Warner Bros., tive oportunidade de jogar por cerca de duas horas uma versão prévia da edição para PlayStation 3 de "Batman: Arkham Asylum". Ao que tudo indica, o lado heróico do Morcegão será forte o bastante para bater o pessimismo que assombra o game.
Santas referências, Batman!
"Arkham Asylum" acerta em cheio ao tomar emprestado diversos elementos de vários games e franquias de sucesso. Jogada arriscada pois poderia render um título fragmentado, composto de boas ideias, porém mal executadas - uma espécie de colcha de retalhos. Contudo, sobrou competência para a Rocksteady equilibrar essas inspirações e conferir personalidade própria à jornada do Cavaleiro das Trevas.
A história começa com Batman escoltando Coringa para a prisão de Arkham após capturá-lo. O herói suspeita da facilidade com que conseguiu pegar o palhaço e acerta na desconfiança: tudo não passa de uma armadilha do vilão que prende o herói dentro do lugar e ainda por cima liberta todos os detentos - incluindo vilões memoráveis, tais quais Bane e Hera Venenosa. No controle do Morcegão, o objetivo é por fim ao plano do Coringa e salvar as pessoas inocentes que encontrar pelo caminho.
Logo de cara, a inspiração mais clara (e já atestada pelos produtores) é "BioShock". A direção de arte sombria e requintada do jogo de tiro em primeira pessoa ecoa em todos os corredores de Arkham, resultando em um ambiente vívido e detalhado.
A atenção a minúcias é impressionante, incluindo efeitos de luz realistas, sujeira pelos cenários, texturas bem definidas e uma composição de ambientes inteligente. Certas partes dão a impressão de que não se trata de um lugar construído especificamente para um jogo, mas a recriação de um edifício real.
Por se tratar de um jogo de ação, "Arkham Asylum" apresenta grande foco nos combates. A referência aqui são os jogos das séries "Prince of Persia", "Splinter Cell" e "God of War". Batman apresenta agilidade e fluidez de movimentos dignas do príncipe árabe. O herói geralmente é encarado por grupos de no mínimo três bandidos (mas há bandos com o dobro disso e até mais) e os controles contribuem para enfrentá-los com facilidade.
Não há sistema de trava de mira, mas nem faz falta: basta apontar na direção do inimigo e atacar para Batman golpear na direção dele, bastando mudar a direção para o Morcegão seguir o comando e emendar uma investida naquela direção.
Tal qual em "Prince of Persia", as lutas exigem atenção às dicas visuais dos adversários. Batman dispõe de três comandos básicos nas lutas: ataque, contra-ataque e golpe com a capa (que atordoa os oponentes). Cada um é mais eficiente para vencer determinados tipos de investida, aplicando certa dose de estratégia às lutas. Ou seja, lutar é fácil e divertido, mas não dispensa uma dose de desafio inteligente.
O lado "Splinter Cell" transparece de forma sutil na possibilidade de eliminar inimigos sorrateiramente. Elementos do cenário podem ser usados para se esconder - como gárgulas nas paredes e buracos no chão - e assim nocautear os bandidos de forma silenciosa.
Do guerreiro espartano Kratos, de "God of War", vem um sistema de evolução de habilidades. Combos rendem pontos de experiência. Acumule bastante e adquira um nível, o que por sua vez permite comprar uma nova melhoria para Batman. A seleção vai desde mais energia até golpes inéditos. O maior detetive do mundo
Nos gibis Batman é apresentado com essa alcunha, mas até então ela nunca fora muito bem explorada nos jogos eletrônicos. Tal falha é sanada em grande estilo em "Arkham Asylum".
Não é por menos: a equipe claramente tomou como inspiração o sistema de 'scan' da série "Metroid Prime", da Nintendo. Ao toque de um botão muda-se para o modo investigador e novos detalhes surgem na tela. É possível averiguar quantos inimigos estão na sala, com quais armas, que estado emocional (nervoso, calmo...), dispositivos para acionar e outros tantos detalhes. Informações adicionais podem ser obtidas ao escanear propriamente elementos determinados.
Um exemplo na demonstração é quando o Comissário Gordon é sequestrado por um bandido. Para achar o lugar do cárcere, deve-se ir até o local onde o sequestro ocorreu e investigar. A inspeção revela que o bandido bebia uísque e assim deixou um rastro de hálito alcoólico pelo caminho. Posteriormente, o rastro acaba, mas Batman encontra fumaça deixada por um cachimbo de Gordon e a nova trilha leva o herói até o policial.
Outro uso inteligente é na resolução de enigmas propostos pelo vilão Charada. Durante a aventura Batman é auxiliado pela personagem Oráculo (a antiga Batgirl) que fornece dicas via rádio (quase como um codec da série "Metal Gear"). Em certo ponto o Charada invade o sistema e propõe desafios. Para resolver, é necessário interpretar a pergunta e assim escanear um certo elemento do cenário - como se fosse uma foto. O bacana é que tais quebra-cabeças aparecem em diversos momentos, propiciando missões extras e uma variedade à rotina de exploração e combates.
Ainda na porção "Metroid" do game, há uma série de apetrechos diferentes - claro, as bat-bugigangas. Bumerangues servem como armas de combate e também para ativar botões distantes e cortar cordas. Outro item é um gel explosivo, que permite detonar paredes frágeis. Tal qual nas aventuras de Samus, cada vez que se consegue um item novo torna-se possível acessar locais novos em áreas já visitadas, incentivando a exploração e marcando bem a característica de Arkham como um ambiente livre para se explorar.
Ainda no departamento de extras, há uma série de itens para colecionar - seja fisicamente no universo do jogo ou como material extra. Troféus do Charada espalhados pelo edifício lembram os pombos de "GTA IV" e conforme se avança são liberados perfis de personagens (acompanhados por uma bela ilustração e detalhes bacanas, como a primeira aparição em gibis) e até troféus tridimensionais de objetos, a exemplo do Batmóvel (alguém falou de "Super Smash Bros. Brawl"?).
Citei "BioShock" e torno a lembrá-lo: guardadas as devidas proporções, Arkham lembra o espírito de Rapture. Não se trata apenas de um cenário de jogo, mas sim um ambiente crível que serve de palco para aquela aventura específica. Dessa forma, Arkham conta com detalhes que não são cruciais para a mecânica, mas compõem uma experiência de jogo imersiva. Por exemplo, cada ala da prisão conta com vídeos exclusivos transmitidos em televisores espalhados pela área. Neles passam comerciais do lugar e entrevistas extensas com médicos da casa.
Outro detalhe: os inimigos conversam entre si e respondem de forma dinâmica aos acontecimentos. Caso você esteja escondido os assuntos vão desde a confiança no Coringa até o medo do Morcegão. Se estiver em pleno combate ou fugindo deles, os inimigos provocam ou conversam entre si questionando o esconderijo do herói. Tipo de detalhe que agrega valor à obra.
Por fim, a parte técnica dá um show, questionado veementemente o estigma de que jogos de super-heróis são títulos genéricos e medíocres (no máximo medianos) feitos às pressas. Destaque para o belo trabalho de iluminação, que confere aparência tenebrosa a Arkham, e as texturas extremamente detalhadas e definidas. As animações não comprometem e chamam atenção nos combates pelos movimentos elaborados do Cavaleiro das Trevas.
A promessa do morcego
Pode parecer excesso de empolgação, mas fato é que mesmo com cerca de três meses para o lançamento "Batman: Arkham Asylum" já se apresenta como um dos mais promissores jogos de super-herói dos últimos tempos.
O game busca inspiração em conceitos consagrados de séries diversas para criar uma personalidade própria e consegue isso com sucesso. Além disso, há boa variedade de estilos de jogo e o ritmo da aventura é agradável, sempre oferecendo algo diferente para fazer - sem contar, claro, o próprio carisma do herói e o universo habitado por vilões marcantes e equipamentos bacanas.
Vale lembrar que o game ainda conta com desafios extras em arenas fechadas e promete conteúdo extra para download, como fases exclusivas para PlayStation 3 com o Coringa como personagem jogável.
"Batman: Arkham Asylum" tem lançamento previsto para o final do terceiro trimestre em versões para Xbox 360, PlayStation 3 e PC.